Casa da guarda na ilha do presídio, RS Diane Valdez
Professor: José
Edimilson
Alunos: Cauã
Santos, Rafael Goulart
Turma: 9B
Ao julgar o
relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV), o Estado do Rio Grande do Sul,
converteu-se na maior estrutura repressiva do país, em número de unidades
instaladas 39, superando outros Estados estratégicos como; Rio de Janeiro, São
Paulo e Minas Gerais.
Eram definidas
através da (CNV) que; Quartéis do Exército e da Brigada Militar mais as
Delegacias de Polícia Civil seriam as “instituições e locais associados
a graves violações de direitos humanos” que no caso seriam adaptadas para guardar
ou interrogar prisioneiros políticos, um desses quartéis seria o da Brigada
Militar de Três Passos, a ilha do presídio no lago Guaíba, como também foi
utilizado um Navio- Cárcere, o Canopus, que ancorou, no porto de Rio Grande em
abril de 1964.
Na Ilha das Pedras
Brancas, uma minúscula porção de terra de 150 metros de comprimento no meio do
lago Guaíba, em Porto Alegre, de dentro de um veleiro o jornalista Antonio
Pinheiro Salles, ao se aproximar de uma guarita aponta para lá e comenta: “Eu
olho para aquela guarita ali e vejo o policial com o fuzil apontado para a gente.”,
e refere-se também a Tenebrosa,
apelido dado pelos presos políticos á balsa que os levava daquele local de custódia
para as sessões de tortura na década de 1970.
Pinheiro Salles (Pinheirinho) era
militante estudantil na época da ditadura e participou de movimentos de luta
armada, o que incluía assaltos a banco com o intuito de financiar o movimento
de resistência, foi um dos presos políticos brasileiros com mais longa estadia
na cadeia por ser condenado por “Crimes de Sangue”, ao longo dos anos que ele
esteve preso no Estado passou por seis cadeias diferentes, em Porto Alegre,
Alegrete e Charqueadas, solto após reforma da Lei de Segurança Nacional, no
qual permitiu a revisão da sua pena e sendo que prestou depoimento ao (CNV) relatando
as torturas sofridas em solo Gaúcho.
Mesmo se passando
anos depois de ser solto, Pinheiro Salles admitiu a um grupo de amigos que o
reencontrou na noite em que sua prisão completava 49 anos, de suas lembranças
de torturas que passou no Sul que incluíam noites passadas em pau de arara,
bofetadas, choques, entre muitas outras, inclusive deixando multas seqüelas
visíveis como uma mandíbula quebrada devido às pauladas, a surdez em um dos
ouvidos, completa o jornalista, e que ao desembarcar na ilha do presídio essas
memórias em meio às ruínas que lá estão preservadas fizeram com que voltasse
tudo e mais um pouco do que passou naquele lugar.
Pinheiro Salles na Ilha do Presídio: jornalista segura a mandíbula, destroçada pelas sessões de tortura a que foi submetido.
Sendo assim,
durante o regime militar no Rio Grande do Sul podemos observar que foi um
período difícil no qual a pratica da tortura política eram inúmeras, sendo um
dos mecanismos de uma rede de repressão e do autoritarismo da Ditadura Militar,
realizada principalmente contra opositores do Regime, lembrando que muitas
destas torturas sofridas no Estado pelo jornalista Antônio Pinheiro Salles
foram denunciadas ao Conselho Nacional de Verdades (CNV), o que permitiu a
revisão de sua pena.
Fontes de Pesquisa:
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